segunda-feira, junho 4

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Tempos Modernos




Boa tarde leitores!
Como prometido, estou disponibilizando (aos poucos) alguns contos que eu e alguns amigos meus escrevemos a fim de divulgar um pouco nosso trabalho (que não é bem um trabalho, é mais um hobby). Para quem não viu ainda, o primeiro que eu postei aqui foi o da amiga escritora nas horas vagas DarkMichan (clique aqui para ver). Hoje vou postar a parte 1 de um conto que eu escrevi (são 5 partes). Espero que gostem e não deixem de comentar. 

Aviso: O conto contém descrições eróticas não recomendado para leitores menores de 16 anos. \0

Autor: Leon S. Vellasco
Twitter: @Lucianovellasco


Tempos Modernos

I – Terreno dos Mortos.

            - Vamos – ele pediu, quase implorando. – Vai ser divertido. Diferente.
            - Transar em um cemitério? – indagou incrédula. Ele tinha pedidos absurdos, mas havia se superado nesse. – Não acredito que você está me propondo isso.
            O casal parado dentro de um carro às portas de um cemitério deliberava sobre a possibilidade de terem seus joguinhos sexuais em um lugar um tanto incomum. Naquela noite, a luz da lua cheia iluminava precariamente o firmamento. Não havia nuvens e nem estrelas, apenas o astro solitário. Já passavam das duas da manhã quando os jovens estacionaram as portas do cemitério. Vinham de uma festa chata que ao gosto deles só tocava música brega. No cemitério não havia iluminação artificial, conferindo à paisagem uma aparência sinistra. Lápides erguiam-se acima das tumbas, muitas eram tão grandes quanto homens adultos, outras, suficientemente grandes apenas para serem vistas de perto. Outras mais suntuosas tinham estátuas que, vistas de longe, mais pareciam anjos negros. Um cenário perfeito para um filme trash de terro e era desse tipo de adrenalina que Max queria naquela noite.
            - Ahhh, Jessica – protestou Max. – Já fizemos coisa pior. Não se lembra do elevador?
            - E como esqueceria? Quase fui parar na delegacia por causa disso – ela bufou irada com a lembrança.
            - Foi excitante. Admita! – e sorriu de uma forma bastante maliciosa para ela.
            A garota olhou fixamente para aquela cara de safado de Max e não conteve uma risadinha.
            - Tudo bem, foi, eu admito. Mas cemitério? Não é um pouco demais não?
            - O que mais pode dar de errado? Um zumbi aparecer e querer comer seus miolos? – desdenhou erguendo os braços na direção dela, imitando um zumbi dos filmes de Hollywood. – Miolooooosss – sussurrou.
            - Babaca – ela desferiu um safanão nas mãos dele. – Tem zeladores em cemitérios sabia?
            - Eles usam lanterna, sabia? – replicou. – Se ficarmos quietinhos não tem problema nenhum – ele não tinha certeza disso, mas diria tudo para convencê-la a ir.
            - Como se eu fosse ficar quieta na situação que você sugere... – deixou as palavras no ar e uma cara de safada enfeitou sua face.
            - Isso é um “vamos”? – ele indagou animado.
            - Tudo bem, vamos. Mas da próxima vez eu escolho o lugar – ela disse desafivelando o cinto de segurança.
            - Feito.
            Max desligou o carro e retirou a chave da ignição. O lugar que ele havia escolhido para estacionar era estratégico. Estava atrás de uma banca de jornal, apenas pessoas mais bem aventuradas andavam por ali à noite e aquele lugar não era o local preferido dos bandidos para cometer crimes. Ao sair do carro fechou com delicadeza a porta para não produzir barulho e agradeceu mentalmente por ter colocado um alarme que não tem bip sonoro.
            O casal já de mãos dadas caminhou lentamente até a entrada do cemitério. Eram um casal como muitos por ai, ele era alto, de ombros largos e detinha aquela pose de “eu malho e pratico esportes sempre”. Não era dos piores tipos de machões, mas sempre que podia deixava sua marca de masculinidade por onde passava. Estava usando calças jeans, uma blusa branca com a estampa do time de futebol da faculdade que ele estudava e por cima uma Jaqueta de couro de gola alta. Jessica era vaidosa, jamais saída de casa sem sua maquiagem, fazia muita ginastica para deixar o corpo em forma e muitos homens fariam qualquer coisa para tê-la. Cabelos loiros, olhos castanhos claros, seios fartos e bumbum redondo faziam a cabeça dos marmanjos. Estar com Max era mais Status para ela que amor propriamente dito.
 Max chegou próximo ao grande portão de metal e soltou um xingamento baixo ao descobrir que estava trancado por grossas correntes.
            - Vamos ter de pular – ele avisou.
            - Ficou maluco? – Jessica sussurrou. – Tá trancado, vamos para um motel...
            - Que nada, nem é tão alto – e de fato não era, tinha menos de três metros de altura –, vamos. Podemos nos firmar colocando o pé na grade.
            - Não sei não... – ela hesitava. Algo nela estava pedindo para não entrar ali, mas a excitação já estava atingindo níveis críticos e sua curiosidade era tamanha que já imaginava que posições sexuais fariam quando estivessem lá dentro.
            - Eu vou primeiro.
            Max pós o pé na grade de aço e começou a escalá-lo. Para sua sorte a grade não era pontiaguda e a escalada foi simples. Em menos de um minuto ele já estava encarando com um sorriso abobalhado sua namorada do outro lado da grade.
            - Ok – ela começou a subir e em um tempo melhor que o de Max já estava do outro lado.
            - Nossa...
            - As aulas de aeróbica e ginastica artística têm de servir para alguma coisa não é?
            Max concordou com um aceno de cabeça.
            Os dois começaram a andar devagar pelo local. Apesar de a lua iluminar o céu, o breu ainda era grande e ao menor descuido eles poderiam tropeçar nós vários mausoléus espalhados pelo cemitério. Eles entraram pela parte velha do lugar, Max havia ido mais cedo ao cemitério para ter certeza do local. A parte velha era onde ficavam os grandes mausoléus. Atualmente os túmulos são demarcados com simples lápides, enquanto que antigamente eram demarcados com enormes criptas. Uma em especial chamou sua atenção: um santuário muito grande, tão ampla que um pequeno carro caberia lá dentro.
            - Vamos transar ai dentro? – ela perguntou sentindo um pouco de nojo do local.
            - É tem local melhor? – replicou. – Tem até uma porta gradeada nisso. Se ficarmos quietos ninguém vai vir aqui – ele se aproximou da entrada. – Veja, tem até teia de aranha aqui – passou a mão na espessa teia, tirando-a do caminhou. – E pelas teias de aranha ninguém entra aqui há muito tempo – disse distraído explorando a entrada do lugar.
            Jessica apanhou seu celular e o ligou. A luz do aparelhou iluminou fortemente as costas de Max que num pulo olhou para trás já temendo o pior.
            - Quer me matar do coração, mulher? – ele indagou suspirando alto.
            Jessica colocou a mão na boca para não rir alto.
            - Só vou colocar meu celular no silencioso, oras.
            Max voltou sua atenção para a porta envergonhado por ter se assustado com tão pouco. Depois de retirar as teias de aranha, foi à vez de tentar forçar a grade que selava a entrada. Estava enferrujada e ele imaginou que ninguém abria aquilo a centenas de anos. Algumas tentativas depois ele finalmente conseguiu puxar a grade, mas não sem antes produzir um barulho em função do atrito da grade no chão, que soou tão forte como um tiro de canhão.
            Corvos começaram a se agitar e levantar voo. Por um minuto os dois ficaram parados feito estátuas até terem certeza de que ninguém ouviu o barulho produzido ali. Depois do susto, Jessica atacou Max com diversos tapas histéricos.
            - Idiota.
            - Desculpa – ele limitou-se a dizer.
            - Sorte sua que eu estou muito excitada – a jovem passou a frente dele e entrou na cripta.
            - Hoje a noite promete... – ele alargou o sorriso e afrouxou o cinto da calça.
            “Deixais aquele que não podes morrer em sua morada eterna”
           Era o que estava entalhado no mármore. Uma inscrição na parte superior da construção, mas nenhum dos dois havia visto.


Parte 2: O Despertar. (em breve).


10 Bilhões de Comentários:

  1. Gostei e recomendo... Uma leitura gostosa de se fazer, cheia de mistérios. Continue a exercer esse dom, e poste a parte 2 logo pq eu estou curiosa!

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    1. Obrigado Mari. Vou continuar sim a treinar e logo postarei mais contos. A segunda parte eu posto até o feriado. Beijos. ;)

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  2. Nya muito bom, quero sangue =w= Muuuuuuuuuuito sangue \o/

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    1. Que bom que gostou! Vou tentar atender seu pedido no resto do conto. rs

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  3. Muito bom.. estou aguardando a segunda parte xD.

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  4. =DDD Mega curiosaa!!! Posta logo a segunda parte...

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    1. Essa é a ideia Leilane. rsrs
      Mas até o feriado eu devo ter postado a segunda parte. Fica de olho e veja as outras postagem também. rs

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  5. Tá virando profissional hein :) queria saber de onde tira tanta imaginação... interessante, prende o leitor!! :)))) coloca logo a segunda parte.

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  6. Parabens!
    Você escreve profissionalmente...quero logo o segundo capitulo!

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