Boa tarde, leitores!
Estou aqui hoje trazendo um
pequeno conto de minha autoria que fiz depois de receber uma simples e singela
mensagem de celular. A mensagem dizia que eu poderia descrever a lua como
ninguém... não sei se sou capaz de tal façanha, mas acabei me inspirando um
pouco e resolvi escrever sobre. Ainda estou contente com a comemoração do dia do
escritor (que foi ontem) e não queria deixar o dia passar sem ao menos um
conto. O resultado está logo abaixo. Enjoy:
A luz do luar.
Vanessa
acordou de sobressalto.
Um
suor frio escorria pela nuca, descendo até o lençol alvo no qual estava
deitada. Um sentimento de solidão e medo assaltou seus pensamentos. Sem pensar no
porquê de estar daquele jeito, levantou-se da cama e sentiu o chão gelado sob
os seus pés inundar seus sentidos, avisando-a de que ela deveria proteger os
pés a fim de resguardar a própria saúde. Na escuridão mais profunda ela tateou
o vazio até encontrar o interruptor de luz e o movimentou para baixo.
Nada.
Tentou
uma vez mais e nada. Empurrou para cima e para baixo e nada. Estava no escuro.
Sozinha. Colocando a mente para funcionar tentou lembra-se de onde havia
deixado às sandálias, mas a mente ainda brigava com o sentimento de solidão,
não dando espaço para pensamentos menos importantes.
Então,
uma luz vinda da janela iluminou por um momento uma grande fração de seu
quarto. Aquele momento durou apenas um instante, mas foi o suficiente para que
pudesse localizar as sandálias que estavam recostadas ao lado de sua cama.
Calçou-as e começou a divagar por um instante de onde vinha à luz que iluminará
seu quarto agora a pouco, pois no momento seguinte a solidão e o medo voltaram
a assombrá-la. As pessoas, quando estão com medo agarram-se a um fio de
esperança, por menor que fosse. Por uma chance de não ficar perdido para sempre
nas trevas. A luz no fim do túnel parecia bastante convidativa para ela, de
modo que sem hesitar, foi tateando um modo de sair de seu quarto coberto pelas
trevas.
Ela
não soube precisar quanto tempo demorou, mas finalmente ela estava fora de sua
casa. A escuridão tomava conta de tudo e nem mesmo as estrelas estavam presentes
no firmamento. Não havia luz, parecia não haver esperança. O vazio começou a
dominá-la com força. Sentiu suas energias indo embora. As lágrimas despencaram
de seu rosto à medida que uma tristeza abateu-se sobre sua alma e ela imaginou
que sua existência acabaria ali mesmo, enterrada na mais profunda das trevas.
Então,
novamente, veio à luz.
Ela
estava na varanda de sua casa e olhou para a fonte da luz misteriosa. De dentro
de sua alma surgiu um fio de esperança. Um sopro de vida. Uma chance de sair
das trevas. Ela teve de apertar os olhos, por causa da claridade. Depois de
passar pelas trevas, seus olhos tinham de se acostumar com tanta luz.
Inspirou
profundamente e um sorriso singelo e sincero brotou em sua face. O que ela via
era o esplendor da lua. Era simples, mas sustentava um brilho magnifico. Vez ou
outra uma nuvem tentava esconder toda aquela ostentação de beleza, mas era
impossível. Nem mesmo elas foram capazes de desviar seu olhar de admiração
diante tal majestade.
Ela
sorriu quando uma imagem formou-se em sua mente.
-
Se um dia você sentir-se só no silêncio da noite não chore. Olhe para o céu e
veja que a lua sempre está só e nem por isso deixa de brilhar... – comentou uma
voz vinda de algum lugar que no inicio ela imaginou ser sua mente.
Ela
olhou para o seu lado esquerdo e por um instante assustou-se. Ao seu lado
materializava-se a imagem de seu pensamento. O amigo.
-
Magnífico não acha? – a voz continuou. – Mesmo contra as trevas, ela ainda
brilha sublime no firmamento. Ela é o símbolo de nossa eterna luta contra
nossos pecados. Mesmo diante as mais profundas trevas, o brilho da bondade e da
esperança pulsa firme em algum lugar de nossos corações.
Ela
não conseguia expressar o que estava sentindo no momento. A imagem do amigo
parecia reconfortá-la de um modo tão ameno que suas palavras não precisavam ser
ditas. O homem ao seu lado continuava a falar sem tirar os olhos da lua.
-
Acho que nem mesmo eu poderia descrever sua majestade. E olha que sou bom com
as palavras – ele comentou em meio a um sorriso tímido. – Você às vezes pensa
que está sozinha não é mesmo?
Ela
apenas assentiu com a cabeça.
-
Pois então lembre-se sempre de olhar para a Lua. Quem sabe eu não apareça
novamente em seus pensamentos para te fazer companhia...
-
Eu sei que você pode descrever este luar como ninguém – ela conseguiu dizer em
meio às lágrimas de emoção, sabia que não estava sozinha no mundo afinal.
-
Quem sabe um dia... – ele sorriu para ela. – Até lá, continuamos a admirar.
A
jovem contemplou a lua mais uma vez por um momento e virou-se para agradecer
pela companhia, mas seu amigo não estava mais lá. Havia desaparecido do mesmo
modo que havia aparecido. Vindo de algum lugar e de lugar nenhum.
Ela
sorriu.
“Um sorriso é uma
meia lua. Outro sorriso é outra meia lua. Dois sorrisos compõem uma lua
inteira...”. Ela ouviu antes de despertar.
- Foi tudo um
sonho? – indagou consigo mesma. Olhou pela janela e divisou a luz do luar. Ela
sorriu ao ver que a lua estava magnifica aquela noite e lembrou-se de um amigo
que sabia ela que poderia descrever aquele luar como ninguém e resolveu na
calada da noite lhe enviar uma mensagem.
“A Lua está magnifica! Bjin, boa noite”,
dizia o final dessa mensagem que foi recebida por seu amigo com o mais terno e
sincero dos sorrisos.
um otimo conto, como todos os outros.
ResponderExcluir:)
Obrigado pelo apoio... :)
ExcluirLindo ... Lindo ... Lindo!
ResponderExcluirEu amo esse conto!